A posição dos socialistas foi transmitida em conferência de imprensa pelo dirigente Vieira da Silva, actual ministro da Economia e que no anterior Governo de José Sócrates tutelou o programa Novas Oportunidades..Vieira da Silva condenou palavras de Passos Coelho, durante uma reunião com professores, na segunda-feira, classificando o programa Novas Oportunidades como "um escândalo" ou "uma credenciação à ignorância"..Para Vieira da Silva, o presidente do PSD "ofendeu todos aqueles que se envolveram no programa Novas Oportunidades" e prestou "um mau serviço ao país, parecendo não perder uma oportunidade para demonstrar a sua impreparação, desconhecimento e leviandade com que aborda assuntos importantes da vida portuguesa".."O PS manifesta o mais veemente repúdio por estas declarações, que não servem os portugueses e muito menos um debate sério e responsável sobre os caminhos do país no domínio da educação. Pedro Passos Coelho parece ter retomado as palavras de má memória de 2009, em que o PSD pretendia rasgar todas as políticas que não fossem da sua responsabilidade", apontou Vieira da Silva..Segundo o ministro da Economia, ao contrário do que afirmou o líder social-democrata, o programa Novas Oportunidades, que tem sido elogiado por instituições internacionais como a UNESCO, é alvo de uma avaliação externa por parte de "uma prestigiada universidade portuguesa" - tarefa coordenada pelo ex-ministro da Educação Roberto Carneiro.."Desde 2006, inscreveram-se no programa Novas Oportunidades cerca de 1,5 milhões de cidadãos, dos quais 520 mil foram certificados com diplomas referentes aos níveis do 9º e 12º anos. Mais 380 mil foram certificados em formações de mais curta duração, existem actualmente 459 centros Novas Oportunidades, 196 deles em escolas dos ensinos básico e secundário", apontou Vieira da Silva..Neste contexto, o dirigente socialista frisou ainda que colaboram nestes centros cerca de nove mil técnicos, havendo igualmente a acrescentar 600 avaliadores externos. "Estas declarações de Pedro Passos Coelho demonstram três dimensões fundamentais: Leviandade na abordagem de uma iniciativa que mobilizou tantos portugueses; desrespeito pelo esforço de centenas de milhares de homens e mulheres que se envolveram na iniciativa; e desrespeito relativamente à própria iniciativa", acrescentou.